Duas pessoas foram presas em Pirenópolis por comercializarem produtos à base de psilocibina e canábis, sem a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A investigação foi conduzida pela Polícia Civil do Distrito Federal, mas a prisão foi realizada pela equipe da Polícia Civil de Goiás.
Os suspeitos fabricavam uma variedade de produtos, incluindo medicamentos e cosméticos como cremes para a pele, a partir de plantas cultivadas em casa. No entanto, eles não possuíam a capacidade técnica ou formação necessária para a produção desses itens. Os produtos, em maioria à base de canábis, eram vendidos por meio de uma página no Instagram, que já contava com mais de 60 mil seguidores.
De acordo com o delegado Waldek Fachinelli, os envolvidos prescreviam os produtos para diversas doenças e com indicações da quantidade a ser utilizada. “Recebemos notícias de que pessoas idosas e crianças usavam esses produtos fabricados à base de canábis e psilocibina que não tinham condições técnicas para serem utilizados. Eles prescreviam para doenças que iam desde Alzheimer até autismo”, afirmou o delegado.
Além dos medicamentos destinados ao uso humano, alguns produtos também foram enviados para uma médica veterinária no Distrito Federal, para serem aplicados ou ingeridos por animais.
Os suspeitos foram presos por exercício ilegal da medicina, curandeirismo, charlatanismo, tráfico de drogas interestadual, associação para o tráfico e disseminação de espécies que possam causar danos ao meio ambiente. As penas podem chegar até 39 anos de reclusão.
A psilocibina é um alcaloide agonista serotoninérgico, princípio ativo dos chamados “cogumelos mágicos” ou também conhecido como alucinógenos. Se trata de uma substância parecida com a serotonina e age como um agonista dos receptores de serotonina 5-HT, podendo causar efeitos psíquicos e somáticos.
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