O Governo de Goiás lança nesta terça-feira (12/03) em Goianésia, por meio da Secretaria de Educação do Estado (SEDUC), um inédito programa de Educação Socioemocional na rede estadual de ensino. Trata-se do Ouvir e Acolher, que começou a ser implementado ainda no ano passado, por meios dos serviços prestados pelo Instituto Hortense, de Uberlândia (MG).
O programa, que já foi lançado nas cidades de Goiânia e Rio Verde, promoverá a assistência psicossocial para mais de 550 mil alunos e 50 mil servidores da rede estadual de ensino. Destes, 35 mil são professores que atuam em cerca de 1 mil escolas do estado de Goiás. Segundo a SEDUC, o Programa Ouvir e Acolher começou a ser implementado no ano passado nas escolas da rede estadual e já tem apresentado significativos resultados em casos de ansiedade, depressão e bullying.
Com o Programa, a rede pública de ensino de Goiás também será a primeira no país a implantar ações voltadas à Política Nacional de Prevenção e Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente, promulgada no início deste ano pelo governo federal.
O primeiro desafio foi promover o diagnóstico de quase 100% das 1 mil unidades da rede estadual de ensino em apenas três meses. Equipes multidisciplinares de psicólogos e de assistentes sociais entrevistaram coordenadores de escolas e diagnosticaram os problemas de cada instituição, em todas as regiões do Estado.
Próximos passos
O Programa Ouvir e Acolher já tem se mostrado eficaz, com impactos positivos nas escolas públicas de Goiás. Com os dados consolidados, o próximo passo será estabelecer políticas públicas capazes de resolver ou reduzir, de forma preferencialmente preventiva, os problemas enfrentados por alunos, professores e demais servidores da rede estadual de ensino.
A secretária-adjunta da SEDUC, Helena da Costa Bezerra, enfatiza que um dos principais objetivos do programa é cuidar das crianças e adolescentes que ficaram privados da interação com colegas no período da pandemia da Covid-19. “Elas não tiveram esse contato, que é o que desenvolve o ser humano. E sofreram com a perda de amigos e parentes, o que impactou muito na saúde mental delas”, afirma.
“Durante o final de 2021 e início de 2022, nas visitas que fazíamos às escolas, víamos crianças de 10 a 14 anos com crises de ansiedade, o que não é comum em alunos tão jovens. Essa geração tem que ser olhada com toda a atenção, para que não se tornem adolescentes com transtornos. Até porque isso também impacta muito na aprendizagem”, acrescenta.
Para o Superintendente de Atenção Especializada da SEDUC, Ruperti Nickerson Sobrinho, poder contar com um amplo diagnóstico da condição emocional de alunos e servidores da educação, identificar as localidades que mais precisam desse atendimento e quais são os problemas que mais os afligem permitirá ao governo estadual criar políticas públicas mais assertivas.
Ele explica que as ações, individualizadas ou coletivas, serão feitas, prioritariamente, de forma preventiva. Mas o diagnóstico também dará um melhor suporte para ações de mediação, onde houver a ocorrência de problemas pontuais.
“Se identificamos uma região que tem muitos casos de racismo, por exemplo, desenvolvemos uma ação específica para resolver o problema, assim como em regiões onde há a ocorrência de bullying, automutilação e outras questões que coloquem a saúde dos alunos ou dos professores em risco”, enfatiza.
Serviço: Lançamento do Programa Ouvir e Acolher
Dia 12/03: em Goianésia, a partir das 13 horas, no Hotel Kamur.